IGREJA DO NAZARENO - Lugar Forte

Pastor Titular: Alexandre Liando

terça-feira, 17 de maio de 2011

O QUE ACONTECEU????




“PIOR QUE NÃO PREGAR A PALAVRA DE DEUS, É PREGAR PALAVRAS DE DEUS”

O ano era 1989, eu era um adolescente que trabalhava de office-boy no centro de São Paulo e fazia o ensino médio no colégio Firmino de Proença no bairro da Mooca (que teve como ex-aluno ilustre o ex-governador Jose Serra). Nessa época eu era membro de uma igreja pentecostal histórica por nome IGREJA MARAVILHAS DE JESUS, que teve seu auge nos anos 70 e meados de 80. Como adolescente nessa igreja de orientação rígida e legalista eu me sentia extremamente preso, nessa época eu era um jovem musico e extremamente combatido internamente por gostar na época de pop, rock e paradoxalmente de jazz. Por algumas vezes fui repreendido pelo pastor da igreja e chamado de mundano. Em minha mente algumas coisas não fechavam, pois havia internamente certo de desejo de rompimento com aquela situação que me jogava para fora do evangelho. Diante de minha inquietação juntei-me a outros inconformados e fui à busca de novidades. Muito bem, é preciso aqui fazer uma breve reflexão a respeito da igreja evangélica no Brasil. As igrejas evangélicas até meados dos anos 70 eram divididas em dois grandes grupos, tinham as igrejas pentecostais históricas como, Assembléia de Deus, Deus vivo, Pentecostal da Bíblia, Maravilhas de Jesus e outras da mesma espécie, que se orientavam por crer na manifestação do Espírito Santo, tal qual em Atos 2. Haviam as igrejas Tradicionais históricas, como Igreja Batista, Presbiteriana, Metodista, Adventista do 7º Dia e outras. Esses dois grupos se oponham ferozmente em função do ponto de vista do “modo operandi” de Deus (e se esqueceram da multiforme sabedoria de Deus). No meio desta miscelânea doutrinaria estava eu, que fora criado no legalismo pentecostal fui me aventurar no meio tradicional, mas deparei-me com o pragmatismo doutrinário onde a tentativa de entender Deus pela razão me consumiu. No vácuo dessas duas idéias de igreja surgem às igrejas neo-pentecostais que pegaram a organização pragmática dos tradicionais e juntou com a espontaneidade dos pentecostais. Então era possível eu tocar bateria,guitarra,baixo, jogar bola, bater palmas, pular na hora do louvor, ir à praia, usar bermuda, e ter um evangelho mais colorido??? Foi maravilhoso na época, pois no final da minha adolescência eu comecei a descobrir os encontros de paz (promovido pela Comunidade da Graça) o Encontrão (promovido pelos Vencedores por Cristo) o Som do céu (promovido pela Mocidade para Cristo). Eu tinha na época um amigo que se chama Syr Evangelista (isso mesmo Syr), esse cara vinha de uma tradicional família de advogados e dentistas e possuía uma biblioteca particular em seu quarto. Ele me apresentou os melhores livros de teologia que já conheci e me apresentou o cenário da igreja nos Estados Unidos, então ficávamos imaginando uma igreja que pudesse promover os eventos que víamos por “vídeo cassete”, até que em uma bela sexta-feira de Dezembro de 1989 eu estava indo almoçar em um restaurante “vegetariano” (acreditem) eu vi escrito e um cartaz “NÃO PERCAM, NESTA SEXTA-FEIRA MUITA MUSICA COM KATSBARNEIA – O SOM QUE TE FAZ GIRAR. JESUS TE AMA”. Eu fiquei curioso e fui até o ginásio do Ibirapuera com alguns amigos entre os quais o Syr. Chegando ao ginásio ele estava um pouco vazio, mas de repente, 4 mil pessoas se aglomeravam atônitas e não acreditando no que viam, pois víamos o Simion cantando e rolando pelo chão, o Paulinho Makuko tocando sem camisa e as musicas eram um misto de Bob Dilan com David Birner com pitada de David Bowe. Eu pensei E ISSO AI!!! Não acredito que vou viver isso!!! Muito bem passou algum tempo e passei a ser membro da igreja da moda “Renascer em Cristo” por 12 anos lá estive e nesse meio tempo muita água rolou. Conheci tremendos homens de Deus que conseguiam ter uma ótima palavra com uma retórica maravilhosa e tinham muita unção. Eles se tornaram meus heróis, pois mudaram a cara da igreja, mudaram o modo da sociedade enxergar os evangélicos. Em vários ministérios admirei seus expoentes e me determinei seguir os mesmos passos deles. Mas à medida que eu conhecia esses homens, mais me decepcionava, aquela admiração inicial tornou-se repulsa e percebi que depois de certo tempo suas pregações eram somente retóricas. Esses homens passaram a servir a Deus de direito, mas a mamom de fato. Como o filosofo alemão do século 19 Max Weber compreendeu o protestantismo e escreveu o livro “A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPIRITO DO CAPITALISMO”, da mesma maneira percebi que o espírito do capitalismo pegou de assaltou meus heróis e daí uma seqüência de decepção veio à mesa de minha existência. Certo grande pregador que por algum tempo serviu a mamom disse “quando eu perdi o temor a Deus na administração financeira da igreja, o adultério foi apenas ponta de iceberg”.
O quadro hoje é que não importa se a igreja é pentecostal histórica, tradicional histórica ou neo-pentecostal, todas elas se renderam a mamom e vemos pastores maçons, desvio de dinheiro, populismo barato, adultério, orgias em fundo de igreja.
Deus me livre de tamanha apostasia, ATÉ PORQUE EU JÁ ESTIVE NELA!!!

Em Cristo, por Cristo e para Cristo

Fleides Lima
Outono/2011