João 13: 3-10
3- Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
4- Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5- Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6- Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
7- Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
8- Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
9- Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.
10- Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.
Nessa passagem, Jesus estava assentado à mesa com os discípulos. Era um dia de muita tristeza, pois o Senhor sabia que estava chegando a hora de voltar para o Pai e teria de deixar seus amigos escolhidos para iniciar a missão de levar o Evangelho.
Provavelmente todo tipo de assunto estava sendo tratado na mesa, inclusive as boas, as ruins e as perigosas situações que enfrentaram juntos quando Jesus ensina, realizava milagres, curava enfermos e expulsava demônios de pessoas possessas. O principal é que estavam compartilhando o pão e, por isso, eram companheiros.
Além da tristeza da despedida, durante a Ceia, Jesus tinha conhecimento de que satanás havia entrado no coração de Judas que iria traí-lo a um preço de trinta moedas de prata.
Pois bem, passamos muitas situações em nossas vidas em que confiamos em algumas pessoas que consideramos como verdadeiros amigos, que frequentam nossa casa, sabem de nossa intimidade, dos projetos e por “trinta moedas de prata” nos traem. Sejamos crentes de caráter a qualquer custo, pois Cristo sempre será nosso amigo e devemos seguir Seu exemplo.
De repente, Jesus se levanta, tira suas vestimentas de cima (símbolo de autoridade), toma uma toalha e cinge-se com ela. Depois toma uma bacia, coloca água e começa a lavar os pés aos discípulos.
Naquela época, as ruas eram barrentas e estreitas e as pessoas tinham de dividir as ruas com os animais e a sujeira nos pés era inevitável. Por isso, havia o costume de lavar os pés quando os visitantes chegavam a alguma residência.
Tendo Jesus tirado as vestimentas, tal atitude demonstra que ele se despiu de sua autoridade para ficar no nível dos discípulos, pois todo aquele que usava a capa de autoridade era reconhecido pelo povo. Com isso, Jesus nos ensina que a arrogância, a soberba, o ego não podem fazer parte do processo de santificação do crente, logo quando Ele tira a capa de autoridade ele se humilha e demonstra plena humildade, pois teve de ficar de joelhos ou agachado para poder lavar os pés dos seus discípulos.
Este fato traz o ensinamento de que nós não somos maiores do que o nosso Mestre, porém, se Ele, sendo mestre teve a humildade de lavar os pés dos apóstolos, nós também devemos ter esse sentimento para que possamos ajudar uns aos outros. Quando meu irmão estiver precisando, devo prontificar-me a lavar os seus pés. O “lavar os pés” pode ser um simples abraço, uma ligação telefônica, uma oração, uma doação, enfim, devemos de alguma forma manter a comunhão cristã.
Interessante que, quando Jesus dirige-se ao apóstolo Pedro, este recusa a aceitar aquela atitude do Mestre dizendo: “Nunca me lavarás os pés. (Jo 13:8)”. De imediato Jesus responde: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.
A atitude de Pedro sempre foi impetuosa, ou seja, sua personalidade forte induzia-o a praticar atitudes impensadas e muitas vezes se dava muito mal.
É o que acontece conosco, muitas vezes tomamos decisões sem raciocinar, sem medir as consequências e pagamos um alto preço por isso.
Depois da repreensão de Jesus, Pedro afobado pede para o Senhor não só lavar os pés, mas também as mãos e a cabeça. Mais uma vez, Jesus olha para Pedro e ensina-o mais uma vez que aquele que está limpo não precisa lavar senão os pés.
Em nossa caminhada cristã, passamos por aquele caminho estreito de rua barrenta e sujamos, machucamos nossos pés tornando nossa caminhada difícil e dolorida. Muitos de nossos irmãos pararam no meio do caminho por causa dos ferimentos, decepção, engano, traição, frustração e até hoje não mais conseguem dar um passo. Por essa razão, o Senhor nos levanta para voltar e buscar aqueles a quem Ele prometeu a salvação e a vida eterna.
O Senhor nos capacita em humildade de coração, para que tenhamos a dignidade de lavar os pés um dos outros e crescermos como Igreja FORTE na presença do Senhor.
Ainda que a caminhada seja difícil e que seus pés estejam feridos não pare de andar em Cristo, pois no final deste Caminho existe uma coroa preparada para todos nós, vencedores em Cristo Jesus.
Deus abençoe!
Pr. Alexandre (Palavra ministrada na Santa Ceia de Junho)
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